domingo, 12 de dezembro de 2010

Ascensão

Viste como sou triste? Um pedacinho de lágrimas que aboliste? Sou o choro interior, que não se pôs a chorar. Sou o grito de partida, que não pôde berrar. Sou o berro, que fugiu de seu lar, para não mais voltar.

Viste como posso rir? Sou a felicidade que alegra o peito, a paz que emana respeito, o voto sincero de amor, sim, posso amar. A dor, que bela tende a não sarar.

Sou o vôo nas nuvens, o nadar no lago. Sou a chuva, e no mar deságuo.

Sou puro e lindo, vivo alto. Sou a vida, sou o mato, a corrida e o pato, sou animal, sou passado, sou o tempo e o parado.

Vivo pleno, vivo amado, para nunca poder dizer, que estou vivendo errado.



O Rei Poeta

sábado, 11 de dezembro de 2010

Acá para ti.

Segure minha mão.
Viva pleno,
viva a vida.
Não seja extremo...
Essa tua famosa invenção.

Felicidade nos detalhes,
meu caro.
Seja vivo, vivo!
Procure as pequenas claves,
sem sostenir...
Sem exagerar o belo.
O belo exagerado se torna feio, ou odiado.

Mexa contigo,
mexa em teu íntimo.
Viva pleno,
viva vivo!
E segure, meu irmão,
segure aqui a minha mão.

Estarei aqui,
segure então em minha mão.

O Rei Poeta

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sociedade das Árvores de Concreto

Onde ficam folhas,
em meio a prédios tristes?
São estas vivas,
por tantas mortes que resistem?

De certo não sei,
se dor folhas sentem.
As luzes apaguei,
chamas abrasam,
Digo que em mim, folhas sofrem.

E as raízes concretizadas,
em nossas ruas aprisionadas?
Calçadas racham enraizadas,
raízes buscando novas vias...

Seus troncos acinzentam,
peso... Tanta fuligem,
oh troncos, árvores vivas...
árvores, vossas vidas agridem?

Em meu reino decreto lei,
lei que todos obedecem!
Palavras do próprio Rei!
que às árvores protegem.

O Rei Poeta

Mutação

Hoje é um novo dia, um novo eu também,
consenti minhas mágoas presas, prezado ontem.
Amores e dores, poesias, horrores,
vivem atrás para novos louvores.
Ternuras e garras, cortes, sabores,
decorrem, nos seguem os fortes calores.

Portanto mudo-me em outro eu,
advertido de erros do passado...
Aconselhado de erros apagados,
que ainda não nasceu, viveu...
Largado ao tamanho do que se passou, denso...
Divertidos cantos amassados,
eu atiro para cima, páginas ao léu, ao vento.

Que ainda procuro por socorro,
novo, belo, fosco, escuro,
ainda pois quero um pouco...
Martírio, mas quando seguro,
retrato em mim tuas palavras, teu olhar,
só para depois poder visar...
E velozmente apagar.
Faço isso só no pensamento.
Pensar... E não perco outro momento.
Já enterro meu sentir, oh sentimento,
no perigo do esquecimento...

Não deixo para depois,
mitigo tudo e corro afora.
Pois sei que essência é:
não deixar nada ao agora.
O passado já passou,
o presente não tem hora,
o tempo me cruzou,
pois ele voa, ele voa,
até pousar na aurora.
Já que fé tanto destoa,
meu buscar... Levo embora...
Fé que o vento me levou,
de tristeza, chora, chora...
Logo mais, vida acabou.

O Rei Poeta

Suspiro de um novo início

É como um último suspiro antes de morrer...
e então renascer.
Sem nenhum tipo de dificuldade,
sem nenhum entrave...
Tem que tudo ser sempre...
Suave.
No final não tem final, começa algo diferente...
O mais longe possível,
do igual.
É como um triste sinal de partida
e então uma recaída.
Mas uma recaída para o lado oposto,
que nos leva para um novo gosto.

O Rei Poeta

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que somos...

Eu somos nós, não?
Somos eu,
nós somos eles,
você somos eu,
eu somos nós.
E você.

O Rei Poeta

domingo, 28 de novembro de 2010

Olhar para trás?

E um dia ele largou
dessa vida de ardores
lamentando ele saltou
dum prédio de mil andares.

Lágrimas o abandonaram
cedendo para o alto,
mágoas suas que discorriam
vendo tamanha sua sina.

Ele não muito esperou
até atingir lá o fim
sua alma era deserto
seu futuro triste e certo.

Embora o chão ele via
não podia assim tocá-lo
quando mais se aproximava
mas tudo era tortuoso.

Agora tudo era vinho
uma cor mais calorosa
tudo era tão vermelho
sua morte impetuosa.

Apenas quando teve cabo
uma vida de miséria
foi quando recordou acordado
uma alegria muito interna.

Não podia mais sorrir
seu gênio definhado
e por mais sem desistir
já estava bem pregado.

todavia ali a pá,
para que alguém a utilize
uma pesada lembrança
uma nova longitude.

Mesmo assim ele não pede
para ninguém o amparar
pois ao pedir sempre se excede
ele não quer mais implorar...
Ele não vai mais implorar.

O Rei Poeta

São Paulo, São Paulo...

Amo esta cidade... Embora seja pesada, mal-dita, cinzenta... Despedaçada
Amo tanto esta cidade... Pode ela ser falecida, torcida, bruta
Amo sim, esta urbe... Ela vive enquanto morro, no morro, urro por socorro
Amo esta cidade... Que onde só vague, brilha bela lua me varre, marcado e trepido sofre o tempo...

Amo meu teto... Mesmo longe do mar, sozinho ou junto possa estar... Sorte? Não me negue.


O Rei Poeta

Despedida...

Fumei o último cigarro... Chorei a última lágrima...
Penei o último segundo e recordei a última lástima.

Me orgulhei pela última vez, procurei a última saída,
abri a última porta, esfomeei pela última escassez...

Tentei a última dificuldade, contei o último segredo,
dei o último sorriso, e olhei a última cidade.

Foi só então que me dei conta da última história, me dei conta de que sou tudo isso, e mais um pouco. Foi então que olhei para cima pela última vez, e virei meu rosto.
Foi então que me apercebi de que estava tudo no passado, e iniciei o último recomeço.

O Rei Poeta

Lua que renasce


Peço apenas outra lua que me adore e acalme
passo a noite pela rua
assim peço então um salve.

Digo: A alma é melhor viva e crua
do que sombra fria e nua a tristeza, o abandono
velhos e levados beijos.
Portanto hoje me renovo
imagino-me a voar
pelas luzes das estrelas
pois não há melhor lugar.

Futuro então será nadar

toda a noite, todo o dia,
vasto escuro, lindo mar...
Onde encontro harmonia.

O Rei Poeta

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Voe mais alto então!

acompanhe-me nesta nova trajetória,
aqui, onde só chora quem não olha,
mas chora quem lê também,
aliás, sofre quem chora por outra hora,
quando a mesma já passou, foi embora.

Assim, meus caros amigos, recomeço toda a história.

Mas o começo é o fim, ou o fim, o recomeço, onde conto a mesma glória,
e ela é mais ou menos assim:

Então voe, voe alto, simplesmente porque...
Você pode voar.
Voar... Voar... até que todas as dores,
toda e cada uma delas,
tornem-se flores,
magníficas flores.

Então posso afirmar
ontem, na hora do jantar, ou um pouco mais tarde,
descobri um novo rumo, noturno, diurno,
não importa.
Mas voltei, e volto logo, caio ao fogo
e retorno.

O Rei Poeta

Fumaça do cinza veludo

Velado seja o sentimento,
que rege e rasga o ódio.
Saia e siga o vento,
fumaça, cheiro sórdido.

Brisa, ando e amo o tempo,
que de muros altos urra.
Celebro cada momento,
dessa tão louca loucura.

Ah, como tudo é lindo...
Como eu amo a vida!
Forte é tudo o que sinto,
temperança sutil e divina...

À tudo, todos eu amo,
o mundo, onde vivo e traço,
solto, liberto e insano.
Sou e sinto, sempre um pouco do que faço.

O Rei Poeta

Evolução de um Rei Poeta

Criar a tal criação,
Sem nenhuma aversão,
tão são... tão são...

Aquela vida acerta
minha linha concreta,
deserta, deserta.

E por fim amar o arauto,
que vem trazer o lauto,
do homem que vem descalço.

Trago hoje o recém.
À tudo e todos,
quero apenas o bem.

Antes fui um Rei antigo,
hoje me faço novo,
hoje me faço vivo.
Vida nova, que agora então eu louvo.

Antes não fui amigo,
hoje então eu rogo.
Ah, então eu peço,
que todos roguem comigo!

Paz é o que trago,
suave vida eu canto.
Paz de mim eu faço,
deito em zeloso manto...

O Rei Poeta

sábado, 20 de novembro de 2010

Canção, Melodias

A letra é maravilhosamente triste,
A melodia, tristemente alegre.
A Harmonia justifica o que existe,
para que a dança não quebre.

Modifica, o rumo de meu dia...
E direciona, o brilho do olhar.
Persuade, em voz clara e fina,
posiciona tua boca a cantar.

Certas canções mudam nossas vidas,
por mais tristes e dramáticas,
passamos a amá-las.
Literais ou até grandes metáforas.

Então ouço e amo,
ouço e posso aproveitar,
cada pequeno momento,
cada respiro de ar...

O Rei Poeta

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Pouso Final.

Voe, voe alto, simplesmente por que...

Você pode voar.
Voar... Voar... Até que todas as dores,
Todas elas, tornem-se flores.
Magníficas flores.

Pode até ter cara de fim do mundo, mas não é. Na verdade é parte de um novo início. É só uma ferida estranha e nova, do tipo que aqueles que "sentem" de forma parecida comigo costumam sofrer em algum ponto da vida.
Deixe que o tempo te ajude a curar tuas feridas...
Assim como um corte externo, as dores internas também saram.
Podem até, dependendo da força mental, do contexto de vida e estado de espírito, se curar bem mais rápido do que os machucados que sangram.
Portanto este choro que não quer sair? Segure-o, segure-o mais um pouco, não tenha medo de pelo menos agora, tentar controlar tudo, não tema o futuro, quanto mais poderosas as ações, mais poderosos os bons resultados, e se forem ruins consequências, mais fracas serão.
Então repare tuas emoções!
Pode até parecer terrível, parecer que não há como lidar, mas não se esqueça de que criatividade é tudo, pode te levar longe, pode surpreender, de que os momentos são diferentes, as reações são sempre novas, e sempre, sempre há uma nova chance. Pode ser no caso de um amor, uma chance com a mesma, ou outra pessoa. E em ambos os casos, pode ser perfeito, maravilhoso.
Então tire esta dor de dentro de ti!
Pois este é o meu conselho para os corações partidos. Guarde tuas lágrimas para um outro momento, ao invés de desabar agora diante de tanta tristeza e sofrimento, guarde-as para chorar mais tarde, use-as para algo melhor, mais bonito, chore de alegria!
Nunca acredite ter perdido tudo! Pois até o despenhadeiro mais tenebroso pode ser escalado.
Outros podem te amparar, sempre! E eles talvez nem precisem estar perto para isto, apenas pense em quantos existem que te amam, ou que podem vir a te amar! Ou pense em quanto os poucos que se importam contigo te gostam!

Pire, e pela primeira vez deixe-se salvar apenas pelo admirável mundo que existe em sua mente! Existe amor lá dentro, existe prazer por todos os cantos de seu intelecto, e existe uma aptidão que todos têm, pode parecer complexo de dominá-la, mas todos têm.
A habilidade de converter os piores dos pesadelos nos mais belos sonhos, e isto é... Majestoso.
Cada homem é o Criador de si próprio, dentro de cada reflexão existe o poder de apagar e recomeçar um sentimento, podendo entender melhor o que se passa naquele momento! Os sentimentos mais fortes ainda são mais fracos do que a força da razão.
Então seja forte e acredite nisto, transforme a profundidade de sua dor em uma forma de recomeço, amasse-a e sinta suas próprias dores compondo uma nova força, uma resistência, e dê um novo inicio para sua consciência.
Dentro de ti há a força de se tornar em outra pessoa, de experimentar novas personalidades, de perseguir novos sonhos, não se esqueça disto!
Acordem irmãos e irmãs, sejam fortes, se descubram novamente, pois de certa forma, devem estar se enxergando aqui, justamente porque tem isto tudo dentro de si!
Logo, acorde, recomece, viva, conquiste!
Pois este momento, assim como todos os outros que se passaram, não é o último, muito menos mais difícil do que você tem capacidade para aguentar.
A dor que eu senti desapareceu... Escrever isto tudo, pensar em quem me ama, em quem eu amo... Me revoltar um pouco, e me ver mostrando este texto para todos, e a quem precisa dele, principalmente, afastou minha angústia.
Portanto se você está lendo e se sentindo, de qualquer forma, ajudado, saiba que eu te agradeço e te amo por isto, saiba que me fez e faz um enorme bem.
Assim sendo, esta noite tente dormir de forma tranquila, deixe o tempo te ajudar a curar tuas feridas, e lembre-se, tua maior esperança tem início em ti mesmo!

Então voe, voe alto, simplesmente porque...
Você pode voar.
Voar... Voar... até que todas as dores,
toda e cada uma delas,
tornem-se flores,
magníficas flores.



O Rei Poeta

Platonico

O que eu fiz... foi certo?
Mostrei o que sinto
Porém ainda não minto...
Foi certo?

Assim eu despejo
Procuro um desfecho
Que não me deixe na mão...
Que seja lindo, este trecho

Ela não me deixou,
Porém não me aceitou...
Ela não me negou
Ainda não me largou

Rimo verbos,
Pois em pânico estou
Não existe facilidade porém,
No que o amor conquistou.

Pois no passado pude ter
Este tipo de prazer
Quando era preciso
Pude te conhecer...
Larguei de muitas coisas
Mas agora indeciso,
Não pude desistir
Neste momento conciso
Te fazer... desaparecer.

Mas não minto, não minto
Amo-te demais, é instinto,
Este peso tão sucinto,
Racional porém extinto...

Não conheço mais a mim
Entretanto tanto quis
Que a resposta fosse sim,
Queria ter tentado antes...

Mas mesmo tudo isto
Não dissolve meu tal vício
De continuar tentando
E descobrir um outro ofício
Outro modo de tentar
Algo que possa me salvar...
Qualquer palavra que dê paz
Qualquer respiro que dê ar...
De crença, não vou me cansar...

E mesmo se eu cair, saiba que,
Dentre todas as dores,
Perdidos os amores,
Existem salvações,
Sei que de futuro meu, muito existe

E ainda te amarei,
Não sei como vai ser,
Não sei o quanto vou sofrer
Até perder eu tentarei,

E juro muito te amar,
Caso tudo dê certo,
Mesmo que difícil de encaixar
Existe aquilo que é lerdo,
Mas é algo que acontece,
é... não consigo me calar,
ainda assim não desespere,
sou ainda aquele que merece,
que te faz se lembrar,
do que a vida carece...

ainda sou mais um,
que te ama dentre muitos,
queria que não tivesse nenhum,
queria ser tua soma, nós dois juntos,

Linda, não esqueça,
Vou te amar como quiseres,
Não importa o que aconteça,
A vida tem momentos célebres,
que se tornam num poema...

Poemas nos quais eu sofro,
Nos quais eu tento dizer
Poemas nos quais socorro,
Meu dolorido jeito de viver
Por temas que eu amo,
Temas sóbrios de escrever,
Deixe-me deixar de ser tolo.
Vou então para a última estrofe,
O último conjuntinho,
Penso nas últimas rimas, catástrofe,
Pois tudo em que penso é...
Sem ti, sempre estarei sozinho...

O Rei Poeta

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Olhando para o céu

E perco o sentido. Minha vida... Neste fim de semana, transformou-se totalmente, sem motivo aparente.

Parece que me foi injetado algo, uma leveza, diretamente na alma... E eu não sei defini-la.
Certas ideias, esperanças, surgem, outras se esvaem, abrindo espaço para o novo amanhã. Um pouco de luz, nova energia, e tudo gira mais rápido, mais preciso. Não escrevo para ser entendido, escrevo para me entender... Portanto peço o perdão dos leitores para com este texto, este... Desabafo.

Concretamente algumas coisas realmente mudaram, tenho novas aberturas, responsabilidades, destinos. Mas a estranheza da situação vem de dentro, após acontecimentos que aparentemente não mudariam em nada o meu jeito de ser, eu sou um novo eu.

Desejo um dia maravilhoso para todos, nesta segunda feira ensolarada e quente, e desejo do fundo do meu coração, da realidade por trás da máscara de um Rei Poeta, felicidade, paz e harmonia.

O Rei Poeta.

domingo, 7 de novembro de 2010

Vidas, vidas que passam...



Vida, vida que desencanta...
Aparição divina,
porém é a minha sina...
De não saber cantar.

Memórias, memórias que me percam,
não recordo de meu ego,
e é este tipo de frase,
sozinha, difusa, que nos aproxima.

Nascemos separados, eu e você.
Era para sermos irmãos, éramos para ser.
Mas agora já é tarde, só lhe ofereço minhas mãos

Siga-me, siga-me sim,
até onde o mar alcança as lágrimas.
Te levarei para onde não existem mágoas,
o mundo irá nadar, comigo, assim...

O Rei Poeta

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Acordo Com o Diabo

Pelo que apenas falei, ouvi,
Já posso me despedir dos problemas.
Nesta vida já chorei, sofri,
mas vou enfim resolver meus dilemas.

O que o dito fala é sempre relaxante.
Suas palavras atingem a alma.
E gélida sensação de esforço recompensante,
que quando acaba, não sobra nada.

O que o dito promete nos dá glória sobre a vida.
Glória porém irreal, glamorosa e fútil.
Pois na verdade somos nós homens,
parte dum todo inútil.

Após divina e demoníaca promessa,
que vem das poderosas e convincentes palavras...
Do anjo da luz que me apressa,
a logo aceitar suas letras.

Diz ele que em dois dados anos,
Terei eu minha amada.
Diz também que sem desencantos,
Terei eu uma fortuna.

Satisfeito sei que estou,
mas não dura muito tempo.
Logo após um grandioso show...
Não adianta nenhum apelo.

O Dito Cujo sai do bar,
deixa-me a conta pra pagar,
suas mentiras que me sofrem,
são dívidas pelos que paguem.

Não só eu, mas todo o povo,
sofre nas mãos do diabo.
E sem tempo, nem socorro...
Esquece tudo que foi falado.
O Rei Poeta

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tempo Nublado...


Enxergo sim meu caro além,
que já me fiz saber da vida.
A chuva paira ao sol que nunca vem,
de uma nuvem cinza escuro colorida.

Me vejo à luz úmida,
me dou a mim mesmo um beijo.
Percebo a esperança única,
de satisfazer o meu desejo...

Porém não me diga que não vejo,
ao sentir seu eterno dilúvio,
pouco percebo meu corpo,
que de tudo faz parte, de súbito

O Rei Poeta

sábado, 9 de outubro de 2010

Só quero, só quero...

Que eu flutue então,
para o fim recomeçar.
Que eu desapareça são
antes de a mente zarpar!

Todos se salvam, todos,
nenhum fica sem mim.
Eu me espalho, loros,
para recomeçar o fim...

O Rei Poeta

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um filme político

Sem dor não há tragédia,
amor não há drama,
humor não há comédia,
inteligência, não há trama.

Se sigo algo é por algum motivo,
se tropeço o passo, caio,
é o meu voto em algum amigo.

Vivo e prazer sinto,
como se fosse necessário,
curto, amo o recinto,
que vencer o canto do canário.

Canto pois o hino brasileiro,
honro então, o nome do país,
lembro porquanto, o coração estrangeiro,
que bateu e bateu, nunca foi feliz.

Mas peço por hoje...
Que não me leve embora.
Oh eu vivo pois pude,
lembrar de minha história.

Grito neste momento, grito!
Posso hoje confirmar,
nestes tais não acredito!
Cansei de aguentar,
só construiu um monólito!

Monólito de verdade?
Porque por dentro, ele é oco.
Por fora, uma raridade,
árvore, que vira toco.

Assim não mais pergunto:

O porquê de tanta comédia,
tão bem planejada trama,
quando antes era drama,
Aqui terminou tragédia...

O Rei Poeta

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Azul

Oh tal lâmina que me corta,
anavalha o sentimento.
Agora escrevo em linhas tortas
e paraliso este momento.
Perco tudo de partida,
pois o navio já afundou...
E de azul’água recebida,
onde o tempo em si, parou.

Viva e curta este segundo,
durará pois eternamente.
Parei o tal rodar do mundo,
só pra te deixar contente!

Porém a vida não emperra,
pois é linda, ela não para.
Mesmo parado,
o mundo não encerra,
segundos giram
de forma ligeira.

Parar o tempo é só metáfora,
já pois que o tempo é infinito,
queima-se imparável esta lenha,
fogo quente, azul lindo,
onde já não há mais luz.
Um lugar assim ardente,
queima firme irmão veloz.
Se consome, de repente,
não desiste, tempo feroz.

O Rei Poeta

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Só, porém acompanhado. (parte 1)



Só, eu apenas desejo.
Fugir rumo ao fácil,
mesmo que não seja certo...
Existe alguma parte dócil?

Todos eles estão ali,
me olham e congelam.
Porém cá eu estou só,
compondo tal canção.

Sei eu cantar? Não, não sei não.
Mas pois reconheço o arpejo,
sei meu lugar onde desejo...
Um ritmo tal irmão.

Só, eu vivo andando,
conhecendo o mundo interno...
Descobrindo “para si”,
perdendo meu brilho eterno.

Sigo eu, sempre estou cego,
para a voz da emoção.
Mas não deixo pois não nego,
Uma luz de tal razão.

Só, posso sempre confiar.
Perplexo fico ao meu ser...
Ao vento... e ao mar.
Pois confiança trás poder.

Passei tempo procurando,
durante parte de minha vida,
meu coração fui eu cortando,
Por minha alma perecida...


Só, porém acompanhado. (parte 2)

A luz se apagou,
o tempo, que era moderno,
pereceu amargo,
o cheiro do eterno.

Faço de mim um mártir,
algo que conheci apenas hoje.
Percebo o som do partir...
Coração que já vai tarde.

Deixe-me sorrir!
Pois quero muito que conheça
o pesar do iludido.
Alma que perde vida.

Como salvo esta vida?
Eu pergunto...
Pois já está ela fraca,
num abismo, bem no fundo.

Talvez que eu precise disto,
o que eu sempre julguei...
Completamente dispensável...
Talvez foi aí onde errei.

Porém não me deixe cair,
abafado e afogado...
Nas lágrimas de um riso,
o perverso e o calado.

Eu não reconheço a vida,
embora vivendo-a esteja,
perdi a parte colorida...
Salve-me, salve-a...

Caí eu do meu passado.
Agora ele que me segue,
cá resta-me só o tempo,
que ardido se conserte.

O Rei Poeta, 9 de Setembro (dia da epilepsia) de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Esquecimento sem dor

E aquele que se perde,
pula e não percebe,
cai e se machuca,
onde a onda gela a nuca...

Aquele que vai vai,
e não mais volta.
Aquele que sai, cai,
e não se solta...

Não sou mais eu.
Não é pois o que faço,
agora não mais caio,
não mais me despedaço.

Renovei meu "eu" em mim,
ele agora me é novo.
Quando lembro-me de antes,
já gritava por socorro,
já não dói mais de pensar,
já ficou pra lá do morro.

Mas não pense ruim de mim,
isto não lhe deve abalar.
Pois somos juntos, somos sim,
eu e tu e tudo e todos.

Vamos viver nossas tais vidas,
que o amor as guie e leve.
Que a dor nos escorregue,
fuja pois de nossas almas.

Felizes seremos hoje e sempre,
contemplando somos um.
Que acima se sustente,
nosso mar que é azul.

O Rei Poeta

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Poema Roial. (Florescer)



Vivo, nascendo e vivo de novo.
Pago, prego, ou até esqueço,
mas a vida me entorna, me envolta,
pois eu não a grito, sigo, ou penso.

Eu viro e volto de novo,
pois a gota que secou me trás... Conforto.
Existo, pois sou e vejo,
mareja me trás a solidão... o choro.

Existe ainda aquele que busca seus motivos,
não espera nada por, em vão.
Utilizará o tempo para buscar teus sobrevívios?
Incentivado pela escuridão.

Quero saber enfim sobre este ser,
vivo com medo de de muitas dores.
Este ente que me deu o conhecer,
Pois por conta dele, finalmente,
agora posso eu "voar, voar... até que as dores tornem-se... flores..."

O Rei Poeta






*Sobrevívios: Sustentos

domingo, 22 de agosto de 2010

Mais amor, é o que peço...


Dói só de pensar... Vive em mim um monstro, poderoso, e terrível... Nego apenas se conheço suas intenções... Não sei se este monstro irá me destruir, me fortalecer... Se me levará a realizar grandes feitos, ou me influenciará a causar dano... a mim mesmo, ou aos outros, o que mais temo...
Dó de lembrar que ontem eu era alguém pior e melhor, alguém diferente, e hoje, sou o tipo de gente que não sente, não se importa, sou o que diz o poeta:
“Amo-me a mim mesmo menos do que aos outros
mas quando ferem os outros a si mesmos,
ferem eles os meus irmãos, soltos
e eu perdoo a nenhum dos que ferem,
e assim, deixo de amar os feridos...”
Gostaria muito se satisfizesse este sentimento único, se uma simples e única vez o sentisse... o chamado, nomeado “amor”. Se uma vez fosse o suficiente, por mim e por outros, se amor fosse algo extraordinário, fora do plano, algo que nos incitasse a qualquer coisa, por simplesmente lembrar, pensar nele.
Mas dói no fundo, de pena profunda...
Saber que no mundo, em cova imunda...
Existe o moribundo, sofrendo sua pena.
E eles sofrem... Sofrem por mim, sofrem por eles, sofrem por todos. Nós os sofremos também, mas é outra dor, é sentir algo sem o medo de se ferir com algo. Chance teremos de sermos o que tivemos a sorte de evitar. Música nos meus ouvidos... Ouço música nos meus ouvidos...
E tudo... Tudo o que vem à mente... A frase... A frase:
Voar...
Voar voar...
Voar pois, até que as dores...
Voar, até que todas as dores...
Tornem-se flores...
Todas as flores...
Tornem-se...
Em amores....
Bons amores...


O Rei Poeta

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pois esquecimento me faz bem

Paro um pouco de definir as coisas
pois nem tudo é definível
a alma não se explica
pois não estamos neste nível

Paro também de ter razão
pois muito é tão incerto
prefiro agir do coração
e enxergar de modo aberto

Sou eu alguém sensível
alguém que curte, vive, dança
sei sim ver o incrível
enquanto a cor em mim avança

Quero então desconhecer...
Tudo que tenho à minha volta
quero voltar a não saber
nem o som que me entorna

Quero pois a alma crua
a incerteza guiará a mim
quero um tempo de mente nua
onde as dúvidas não tem fim

Quero não saber de nada
para escrever muito mais louco
quero amar de madrugada
onde me torno um tanto rouco

Quero ter maior paixão
que me guie nesta vida
quero doce ilusão
sempre desaparecida

Me ajude a ver então
um mundo menos sábio
onde tenha a tua mão
que ela toque o meu lábio

Te peço só que me cale
com os dedos censurando
para que por um momento eu pare
de viver tudo pensando

Quero me tornar vazio!
Quero poder esquecer
quero passar por muito frio
que das certezas vou perder

E por último quero paz
se não a minha, de todo o resto
que o mundo me deixe para trás
e do intelecto me despeço.


O Rei Poeta

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Uma paródia...

Sempre querida me foi a Praia Do Rei.
Em seu infinito horizonte o olhar enche-se de lágrimas...
_________________x____________________
Me sento na areia fina e sinto suave brisa
incessante, no profundo silêncio
pesante, fico parado a maré
pensante, onde por pouco não me afogo
nas tristezas do coração

Ouço o vento levantar suavemente a fina areia,
e me lembro eternamente dos dias de sol,
e dos dias de chuva... do dia de ontem
e do hoje, em que vivo.
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Assim, se quase não me afogo em meu pensamento,
me naufrago no doce e suave azul do mar...

O Rei Poeta

domingo, 1 de agosto de 2010

Vagalumes

Eles, pois, ascendem meu rumo
enquanto eu, após, ascendo um lumo
pois amo a vida, o vasto
a mim, toda comida é um pasto
A todos posso então doar meu mundo;
ascendo ao passo em que vejo melhor
posso ainda passar por deveras tudo!

E então voltarei a dormir,
quando todos estiverem acordando
o mundo, estará com muito brilho,
estenderei meu sono profundo
sobre um carpete voador
acima de vaga-lumes que me levem

E para as nuvens irei
todo o mar de alegrias, nele...
me banharei, pois na vida
nossos momentos são por nós mesmos marcados.

Sim! Devemos então compor o tempo,
o tempo existe, é composto por nossas decisões.
farei tudo que puder para não desaparecer
e o melhor jeito é fazer a noite luminescer
forjada pois por centenas, milhares
os vaga-lumes em todos seus lugares!

Me reviva irmão! Me beije a boca, amada!
Pois cá estou eu, de paz, de volta,
observem pois... Enquanto crio para vossas excelências,
o melhor de meus mundos!
Ele é por si composto de palavras!
Eu o crio claro e brilhante, para que enxerguem os fundos!

Portanto prefiro remanescer, permanecer parado,
prefiro observar, relacionar, acordado!
Acordado fico enquanto durmo,
para contemplar minha criação, o mundo brilho!
Enquanto meus caros brilhos luminos me levam
e levam a luz para o céu noturno...

Acredito pois, que tudo irá virar!
Mudando o mundo, mudo o mundo em mim,
mudo o mundo, que o mudo muda,
piro, enlouqueço, perco então o nexo!
Estou avoar, a voar, com os vaga-lumes...
Não me acorde, durma comigo, e venha voar..........

O Rei Poeta

sábado, 31 de julho de 2010

Tortuosismo


    Enxerga aquele? Um ser de passagem nas estradas longas e demoradas da solidão. Eu sei como se sente, diferente pois de todos, tens de mendigar-lhes pela pouca paz que podes segurar em teu coração. Dar-lhe-ei um conselho: a paz que tens, segure-a bem, pois ela voa, voa à procura de liberdade, mas a segure enquanto sabe que liberdade não se conquista voando, segure-a também porque sabe como é difícil de conquistá-la, e pior ao agrado é de não perdê-la.
A todo momento ele acha que finalmente encontrou alguém ideal, alguém igual. Igual? Igual não! Não cometa o erro de querer alguém igual, deves procurar por alguém a quem completar, mas mesmo assim... o tal solitário sempre que acha um outro de passagem por sua tortuosa estrada, seus olhos o enganam, e seu destino o dribla, deixando-o em tamanha angústia que só há de aumentar!
Pára de andar um instante, sente um cheiro, um perfume distante. Será este o perfume de um novo caminho? Talvez uma alternativa? Segue-o, segue-o cegamente, apenas sentindo o cheiro, um cheiro que lhe traz alegria, memórias de muito tempo, memórias felizes... oh pois... de um perfume tão marvelo e revigorante, que tipo de negatividade pode vir?
    O solitário confia nele, abre-se, expõe todos os seus segredos a ele, mas pisa em outro chão, um chão liso e molhado, uma íngreme ladeira com piso de mármore e espuma onde ele escorrega, onde ele cai. Perde o controle de seu corpo, como em um dos piores pesadelos, porém isto é real, oh sim, muito real. Uma ladeira sem fim, um abismo infinito o consome, aquele sentimento de que fora traído por si mesmo, o tédio, o desespero, a falta de esperança de alguém que afunda em um mar de tristeza, cai em um vale de lágrimas, perde-se então, num labirinto sem saída...

Marvelo: Maravilhoso + Algo que trás esperanças.

O Rei Poeta

Verdade nua

O que, me diz?
Entre todas as coisas,
o que foi que eu fiz?
Por que todo este drama?

Estou esperando suado,
queria eu estar na cama
espero então sentado
neste tal monstro quebrado

Quem sou eu, pergunto
quem sou eu neste carro?
pois espero cansado
esperamos em conjunto

O cara ao lado fala
"mas que porre de dia!"
Eu então o respondo
"E o que você faria?"

Continuamos o diálogo:
"Ah eu o mostraria
e sentado neste banco
para os céus gritaria!"

O dia então continua
Minha vida logo passa
porém nem tudo é desgraça
é só a verdade nua e crua.

O Rei Poeta

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Viva alto pois!

Sim, viva alto pois!
Já que a vida é agora, meu caro.
Não deixe nada para depois,
separe o certo do errado!

Fogos irão envolver tua mente,
ao menos neste minuto,
livre-se de toda serpente,
fuja de qualquer susto!

Pois a vida é agora, hilário!
"Existimos, portanto somos",
livre-se de teu rosário...
Mostre teus melhores sonhos!

Viva muito, sabe-se lá quando acaba!
Saia por aí fazendo besteiras,
pois tudo que é bom, proibido não é nada!
Saia, sem eiras nem beiras!

Um pouco de inocência
da mais bela pureza,
então terás o destino, vidência,
agindo por tua realeza.

Sangue azul que seja,
somos todos nobres neste mundo,
façamos uma nova ordem, veja!
Quanto mais justo, mais profundo.

Respire fundo, viva!
Viva alto pois!
Existem reparos para toda má sina,
não perca tua tão bela voz!

Sinta a brisa caro irmão...
seja lá quem você for,
o mundo anda cheio de contradição...
No breu, existe tão bela flor!

Saiba teu nome,
faça teu caminho,
viva alto, com fome,
escreva teu próprio destino.


O Rei Poeta

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cada homem deve inventar o seu caminho.

Já dizia Sartre. O mundo é frágil, o mundo humano. A mente. Somos compostos por nossas ações e o que pensamos delas... certas vezes nem agimos, mas nos concentramos no que poderíamos ter feito, e isto também nos compõe.
"E se..."

A religião não é algo ruim, de modo algum. Principalmente quando trás a paz de espírito para alguém, afinal de contas, é o que eu prezo mais, é pensando assim que eu começo a aceitar que cada um tenha sua religião... Fugindo então não apenas do ceticismo religioso como também de um ateísmo que não pensa.
Prefiro eu sim, que não existissem as grandes instituições religiosas, pois são sempre as grandes instituições que corrompem o homem, os governos, as empresas... As igrejas.

Penso que deveria ser o contrário, o modo com o qual cada pessoa desenvolve seu lado espiritual. Ou seja, cada homem deveria ter a liberdade de desenvolver uma forma de religião (Latim, Religare, a reunião do homem com os céus, com o Todo, ou com um mundo espiritual) que fosse própria e lhe desse paz de espírito, e após ter alguma base em sua crença, uma forma definida de doutrinamento, deveria, cada homem, encontrar outros que combinassem com este credo. Após isto, formassem pequenos círculos. "Mas não é o que a igreja faz?" Não. A igreja não procura por quem acredita como ela, a igreja força outros a acreditarem, ela doutrina as pessoas, sem dar-lhes a chance de fazê-lo por si mesmo. Isso seria o contrário do que eu proponho.

Se cada qual mantivesse o respeito ao direito de crer do outro, dentre seus próprios princípios, teríamos paz, teríamos o privilégio de ver um mundo com mais crenças, com mais beleza intelectual, e menos conflitos.

Mas... isto apenas é minha humilde opinião...

O Rei Poeta

domingo, 4 de julho de 2010

Só... não me olhe

E se eu partir,
você saberá?
Tenho uma rosa pra te dar,
será que em ti chegará?
E se eu cair,
diante de todos que eu amo
e não souber, naquele instante,
sorrir e levantar?

E se hoje mesmo me levassem embora,
eu me tornasse num orbívago,
que nunca para casa retornaria
e um dia, solo eremita,
conheceria uma última flor,
uma última chance para o calor,
e este mesmo calor a queimasse?
O que, o que eu faria?

Não sei... se é real,
tentei sempre não me abrir para o mal
porém cá está ele,
preparado para me derrubar
e eu não sei sorrir, ou me levantar

me tira daqui...



O Rei Poeta

Um Dom Desenho

Deixado à deriva no escuro...
Minha alma consigo vaza
toda a essência de mim por um furo...
E o sofrimento sozinho não acaba

Está tudo bem comigo?
Vou me deixando à solidão...
Meu consciente, meu maior amigo...
Sem ele resta apenas a podridão.

Omissão de meu ser
é o que me afeta.
A dor que me da prazer,
o que me apavora.

Parei então de respirar...
Se já era escuro, virou breu...
A agrura de amar.
Foi um Deão que me escolheu?

A dor então é causada,
não por algo, mas por alguém,
levanto a vista cansada
e enxergo pouco além.

A verdade nua, crua,
a verdade vernácula...
E agora a mentira dá prazer.
Do real, tento esquecer...

Mas ele me persegue, onde quer que eu vá...
um peso partido e imponderável.
Tento evitar em vão tanta nostalgia,
uma antracose domina meu peito, antes amável e puro...

Será que existe um ponto
donde a brisa sairá?
E talvez disso tudo eu crie um conto,
pois um pouco de mim o povo saberá?

Se eu morrer hoje,
deixe apenas o que de bom eu tenho.
Se eu me perder na emoção pesarosa,
ache o que sobrou, um bom desenho...

O Rei Poeta

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Rotina de um Rei Antigo

Acordo e me torno guerra,
devoro então os vastos campos
encharco de sangue e terra
doces inocentes aos prantos

Me torno então desespero
comigo seguem tempestades de fogo
não permito qualquer apelo
e levo vossas árvores ao podo

Assim me torno tristeza,
deixando para trás alma esquecida
causo com muita certeza
o pesado finito da vida

Muto-me em esperança
trazendo de volta as flores
aceitando uma nova criança
e também os novos amores

Por fim torno-me paz
tranquilo se decanta o tempo
a tempestade se mantém para trás
devagar acalma-se o sentimento.

O Rei Poeta, 2009