quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Azul

Oh tal lâmina que me corta,
anavalha o sentimento.
Agora escrevo em linhas tortas
e paraliso este momento.
Perco tudo de partida,
pois o navio já afundou...
E de azul’água recebida,
onde o tempo em si, parou.

Viva e curta este segundo,
durará pois eternamente.
Parei o tal rodar do mundo,
só pra te deixar contente!

Porém a vida não emperra,
pois é linda, ela não para.
Mesmo parado,
o mundo não encerra,
segundos giram
de forma ligeira.

Parar o tempo é só metáfora,
já pois que o tempo é infinito,
queima-se imparável esta lenha,
fogo quente, azul lindo,
onde já não há mais luz.
Um lugar assim ardente,
queima firme irmão veloz.
Se consome, de repente,
não desiste, tempo feroz.

O Rei Poeta

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Só, porém acompanhado. (parte 1)



Só, eu apenas desejo.
Fugir rumo ao fácil,
mesmo que não seja certo...
Existe alguma parte dócil?

Todos eles estão ali,
me olham e congelam.
Porém cá eu estou só,
compondo tal canção.

Sei eu cantar? Não, não sei não.
Mas pois reconheço o arpejo,
sei meu lugar onde desejo...
Um ritmo tal irmão.

Só, eu vivo andando,
conhecendo o mundo interno...
Descobrindo “para si”,
perdendo meu brilho eterno.

Sigo eu, sempre estou cego,
para a voz da emoção.
Mas não deixo pois não nego,
Uma luz de tal razão.

Só, posso sempre confiar.
Perplexo fico ao meu ser...
Ao vento... e ao mar.
Pois confiança trás poder.

Passei tempo procurando,
durante parte de minha vida,
meu coração fui eu cortando,
Por minha alma perecida...


Só, porém acompanhado. (parte 2)

A luz se apagou,
o tempo, que era moderno,
pereceu amargo,
o cheiro do eterno.

Faço de mim um mártir,
algo que conheci apenas hoje.
Percebo o som do partir...
Coração que já vai tarde.

Deixe-me sorrir!
Pois quero muito que conheça
o pesar do iludido.
Alma que perde vida.

Como salvo esta vida?
Eu pergunto...
Pois já está ela fraca,
num abismo, bem no fundo.

Talvez que eu precise disto,
o que eu sempre julguei...
Completamente dispensável...
Talvez foi aí onde errei.

Porém não me deixe cair,
abafado e afogado...
Nas lágrimas de um riso,
o perverso e o calado.

Eu não reconheço a vida,
embora vivendo-a esteja,
perdi a parte colorida...
Salve-me, salve-a...

Caí eu do meu passado.
Agora ele que me segue,
cá resta-me só o tempo,
que ardido se conserte.

O Rei Poeta, 9 de Setembro (dia da epilepsia) de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Esquecimento sem dor

E aquele que se perde,
pula e não percebe,
cai e se machuca,
onde a onda gela a nuca...

Aquele que vai vai,
e não mais volta.
Aquele que sai, cai,
e não se solta...

Não sou mais eu.
Não é pois o que faço,
agora não mais caio,
não mais me despedaço.

Renovei meu "eu" em mim,
ele agora me é novo.
Quando lembro-me de antes,
já gritava por socorro,
já não dói mais de pensar,
já ficou pra lá do morro.

Mas não pense ruim de mim,
isto não lhe deve abalar.
Pois somos juntos, somos sim,
eu e tu e tudo e todos.

Vamos viver nossas tais vidas,
que o amor as guie e leve.
Que a dor nos escorregue,
fuja pois de nossas almas.

Felizes seremos hoje e sempre,
contemplando somos um.
Que acima se sustente,
nosso mar que é azul.

O Rei Poeta

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Poema Roial. (Florescer)



Vivo, nascendo e vivo de novo.
Pago, prego, ou até esqueço,
mas a vida me entorna, me envolta,
pois eu não a grito, sigo, ou penso.

Eu viro e volto de novo,
pois a gota que secou me trás... Conforto.
Existo, pois sou e vejo,
mareja me trás a solidão... o choro.

Existe ainda aquele que busca seus motivos,
não espera nada por, em vão.
Utilizará o tempo para buscar teus sobrevívios?
Incentivado pela escuridão.

Quero saber enfim sobre este ser,
vivo com medo de de muitas dores.
Este ente que me deu o conhecer,
Pois por conta dele, finalmente,
agora posso eu "voar, voar... até que as dores tornem-se... flores..."

O Rei Poeta






*Sobrevívios: Sustentos