domingo, 4 de julho de 2010

Um Dom Desenho

Deixado à deriva no escuro...
Minha alma consigo vaza
toda a essência de mim por um furo...
E o sofrimento sozinho não acaba

Está tudo bem comigo?
Vou me deixando à solidão...
Meu consciente, meu maior amigo...
Sem ele resta apenas a podridão.

Omissão de meu ser
é o que me afeta.
A dor que me da prazer,
o que me apavora.

Parei então de respirar...
Se já era escuro, virou breu...
A agrura de amar.
Foi um Deão que me escolheu?

A dor então é causada,
não por algo, mas por alguém,
levanto a vista cansada
e enxergo pouco além.

A verdade nua, crua,
a verdade vernácula...
E agora a mentira dá prazer.
Do real, tento esquecer...

Mas ele me persegue, onde quer que eu vá...
um peso partido e imponderável.
Tento evitar em vão tanta nostalgia,
uma antracose domina meu peito, antes amável e puro...

Será que existe um ponto
donde a brisa sairá?
E talvez disso tudo eu crie um conto,
pois um pouco de mim o povo saberá?

Se eu morrer hoje,
deixe apenas o que de bom eu tenho.
Se eu me perder na emoção pesarosa,
ache o que sobrou, um bom desenho...

O Rei Poeta

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