sábado, 31 de julho de 2010

Tortuosismo


    Enxerga aquele? Um ser de passagem nas estradas longas e demoradas da solidão. Eu sei como se sente, diferente pois de todos, tens de mendigar-lhes pela pouca paz que podes segurar em teu coração. Dar-lhe-ei um conselho: a paz que tens, segure-a bem, pois ela voa, voa à procura de liberdade, mas a segure enquanto sabe que liberdade não se conquista voando, segure-a também porque sabe como é difícil de conquistá-la, e pior ao agrado é de não perdê-la.
A todo momento ele acha que finalmente encontrou alguém ideal, alguém igual. Igual? Igual não! Não cometa o erro de querer alguém igual, deves procurar por alguém a quem completar, mas mesmo assim... o tal solitário sempre que acha um outro de passagem por sua tortuosa estrada, seus olhos o enganam, e seu destino o dribla, deixando-o em tamanha angústia que só há de aumentar!
Pára de andar um instante, sente um cheiro, um perfume distante. Será este o perfume de um novo caminho? Talvez uma alternativa? Segue-o, segue-o cegamente, apenas sentindo o cheiro, um cheiro que lhe traz alegria, memórias de muito tempo, memórias felizes... oh pois... de um perfume tão marvelo e revigorante, que tipo de negatividade pode vir?
    O solitário confia nele, abre-se, expõe todos os seus segredos a ele, mas pisa em outro chão, um chão liso e molhado, uma íngreme ladeira com piso de mármore e espuma onde ele escorrega, onde ele cai. Perde o controle de seu corpo, como em um dos piores pesadelos, porém isto é real, oh sim, muito real. Uma ladeira sem fim, um abismo infinito o consome, aquele sentimento de que fora traído por si mesmo, o tédio, o desespero, a falta de esperança de alguém que afunda em um mar de tristeza, cai em um vale de lágrimas, perde-se então, num labirinto sem saída...

Marvelo: Maravilhoso + Algo que trás esperanças.

O Rei Poeta

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