sábado, 1 de setembro de 2012

Liberté, Egalité et Fraternité.

Cresço, minhas raízes são fortes.
Venço competições e esportes,
sou, vivo e penso...
Penso cada dia mais extenso,
mas quero cada vez mais crescer,
raízes teço e esqueço,
no fim do dia apenas percebo,
cresço mais, não venço nada.

"Cresço, digo que desenvolvo.
Cresço, mas não há união.
Cresço, não sou mais animal!
Cresço, gritou por socorro?
Cresço, não me chame de irmão.
Cresço, tu és meu rival."

Venço na vida, no espírito...
"Que espírito? Não creio em espírito."
Então nada sabes de espírito.
"Sou sempre e serei maior que tu,
desde meus genes, até meu sumo ser,
sou perfeito, tu és nada."

Sabes algo de perfeito?
"Sei de liberdade."
Que sabes de liberdade?
"Seis que é divina e maior."
A tua, ou do outro?
"Ambas."
Se tua liberdade é divina, infinita ela é.
Sobra espaço a qualquer outra liberdade, além do infinito?

"És tolo, pois não quer mais crescer."
Cresço, mas conservo meu ser.
"Conserva o que, se nada tens?"
Mente sã, eu tenho ao dizer:
Perdeste teu sumo saber.

"Não cresces mais, és tolo, és tolo!"
Cresço, percebo, mas me abaixo pois agora percebi.
Não devo ganhar de ti,
chamar-lhe-ei de irmão,
partilharei minha... Não...
Nossa, liberdade.

"O que dizes é utopia, vida triste, vida fria!"
Digo apenas o que há na escrita.
Veja como a vida é linda,
não enxergas pois de tanto crescer.

Veja a vida que temos,
quanta vida na potência,
juntos, livres seremos,
basta a tanta violência.

"Devo deixar de conservar
meu modo de ser,
crescer, crescer e crescer..."
Sim, até que de medos surjam amores,
digo livre serás a voar,
até que tuas dores tornem-se flores.

Ou o dia chegará,
em que teu eterno crescer, infinito ser,
ocupará a tudo e a todos.
O dia chegará de não haver mais água, terra, ar...
Serás grande, e tão insignificante,
serás nada mais que a mostra dos erros do teu passado,
serás ultrapassado, após haver matado
irmãos que poderíamos ter sido teus...

Dar-lhe-ei o ultimato:
Crescer até a independência,
de lá partir de mãos dadas,
esquecer ambição no infinito trato,
percebes que deve agora
abandonar triste contrato...
Partir à nova alvorada.

"O que então dizes para mim?"
Digo cresça verdadeiramente,
ou não seja nada.


 O Rei Poeta


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