segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Idade média do amanhã

Caros seres humanos,

Vivemos na idade média, e assim como no passado, existem aqueles que aparecem como "grandes", representando um suposto progresso da humanidade, quando ainda não progredimos em nada. Nossos valores são números, nossos bens são papéis, nossas noções de sociedade são deveres, cada qual desejaria estar só e rico, em oposto à humildade da união.

 Multidões sofrem na pobreza, como sempre sofreram. Poderosos oprimem os fracos, e os fracos não percebem a opressão. Os que percebem a opressão são desrespeitados pelos acomodados. A intelectualidade é tida como sinal de fraqueza, e os sinais do progresso são tidos como loucura.

 O medo da mudança impera no coração das multidões, e os bens materiais seguram o conservadorismo nas mentes dos que poderiam mudar.

 Números, números e números. Uma fortuna é representada por nada mais que uma quantidade de dígitos nas telas de computadores pessoais e bancários. São números que um dia poderiam tão facilmente deixar de significar qualquer coisa, mas que hoje, podem levar tantos à corrupção de si, à insanidade, vilania... Números que se por algum motivo somem, causam até mesmo o suicídio.

 E grande parte dos tiranos continuam impunes, dando aos súditos sacrifícios de alguns deles para fingirem que existe justiça. Enquanto isso, uma enorme parte dos pobres é continuamente sacrificada, mas o dia, a vida, o jantar e as notícias de jornal continuam.

 Grandes linhas imaginárias separam cotidianos comuns, geram guerras e desespero, dependendo do lado onde se nasce, é possível descobrir o seu futuro, se será próspero ou uma tortura. Nada mais que nomes e definições fictícias separam pouco mais que diferentes, mas muito comuns, comportamentos pessoais. E esses nomes e definições causam mortes por intolerância, intolerância a nada mais que a própria imaginação do outro.

 Mas mesmo assim, aqueles poucos que fingem representar milhões em textos de papel, afirmam que estamos evoluindo, que nossa cultura mudou e a sociedade está progredindo.

 Vivemos em tempos sombrios, pois chegou apenas mais um dia em que, apesar de pouco ter mudado, acreditamos que muito mudou.

 Mas ainda tenho esperança... Que algo possa mudar.

O Rei Poeta

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