quarta-feira, 13 de junho de 2012

Realidade despercebida

Realidade despercebida,
por baixo de uma cortina,
que se cria, mas não se explica
e se descobre com quem fica.

São eles os homens de ternos nobres.
À eles só se importam os nomes.
São eles os verdadeiros vórtices,
para onde vão os nossos córtices.

Trabalham dia e noite folgam...
Para não dizerem com honestidade,
são pontos sombrios em cada cidade,
que se valorizam sem amizade.

São forjadas e falsas promessas...
Na tentativa de cada dia
chamar a plebe de vadia...
E dizer que existe sociedade.

Eu vou, meu irmão, eu vou,
aqui não quero mais ficar.
Uma vez que percebida,
realidade sem altar.

Não existe berço esplêndido,
não há mais por quem lutar.
Não me convence o belo reino...
Mais que salgado e belo mar.

Realidade percebi,
e não quero mais voltar.
É terrível não sentir,
amor por tanto que se criou,
existe o breu do que restou,
a sociedade se matou.

Enquanto homem perde seu valor,
enquanto amar já não tem calor,
e de tantas harmonias,
não se reconhecem dias,
passa o tempo sem tic tac,
morrem ventos em clic clac,
são centenas de milhares,
param tantos corações,
são centenas de milhões.

Ainda fingem equilíbrio,
quando não consideram crises.
Mas é por conta do alívio,
que iludem ao nosso ser.
Pode ser que para o rico,
a verdade em questão,
seja até muito aceitável
por não perder o seu irmão.

Mas não há na Terra ponto são,
não há equilíbrio entre pobre e rico.
Existe vida dos que perdem,
e vida doce em possessão.

Vejam lá meus passageiros,
dessa doce ilusão...
Capital é circo e pão
até de quem tem o poder.

Vejam só os sentimentos,
falsos e tão tristes são.
Digo é despercebida,
realidade numa jaula,
comparada com teu cão.
O Rei Poeta

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